Luz transpassava o fino tecido que cobria a janela do dormitório da garota.

Seus olhos, antes fechados, abriam-se vagarosamente, piscando firme uma ou duas vezes até de fato, despertar por completo. Bocejou, espreguiçando-se. Estranhamente, parte de seus ossos estralaram, alguns de seus próprios braços. Ela estava começando a ficar fora de forma novamente - talvez pela longa sequência de calmaria que sucedeu-se pós o fim de sua graduação; aquilo era tão chato, tão calmo.

Levantou-se, descobrindo a parte inferior de seu corpo e, a partir daquele instante, aproveitou bem o começo do dia para que pudesse dar início a suas tarefas matinais, incluindo a partir dali, um leve alongamento. Seu quarto era pequeno, mas ajeitado - era tipicamente japonesa.

Demorou algum tempo para que pudesse ficar novamente, sem tarefas, e sentou-se, deitando em seguida com os braços para trás. Seus olhos iam de encontro com a janela aberta - ela parecia observar as nuvens, tal qual fora sua surpresa ao perceber o que parecia ser uma mancha cruzando os ares. Aquilo a alertou e, mais do que rápido, levantou-se, indo até uma escrivaninha e colocando seus óculos para que pudesse entender o que passava-se.

Apoiou-se sobre o vão da janela, tentando encontrar o dito cujo e, virou-se abruptamente com as batidas da porta. Foram duas, de uma mesma potencia e eco e, no mais, bastaria a ela caminhar calmamente - e sem calçados - até a porta, abrindo-a. Para sua surpresa, havia um ninja.

- Uma missão? - Perguntou, empurrando o óculos para trás com a mão direita.
- Sim. Você e seu time foram convocados - Respondera. Sua voz era grave, como se estivesse quase rouco. Ele entregaria a ela, uma carta.  - Aqui  está. O restante das informações estarão escritas nesta carta - E, sem mais delongas, ela pegaria a carta, virando sua atenção para a mesma.
- De qualquer modo, ainda me faltam os outros dois membros. Até logo - Despediu-se, sumindo da mesma forma que surgiu.
- - Obrigad- Antes que pudesse agradecer cordialmente, o homem se fora.

" Um time, hein? " Abrira um pequeno sorriso, ao imaginar, que finalmente, as coisas poderiam ficar um pouco mais animadas dali para frente. Ela tratou de fechar a porta, enquanto virava-se, abrindo a carta. " Uma viagem? E para longe? " Suspirou, ao fim da leitura. " Precisarei me preparar. Suprimentos para alguns dias de caminhada e, água. " A partir dali, arrumando sua pequena bagagem.

Ela não sabia muita coisa sobre o vilarejo que iria. Mas, pelo que havia lido, não passava-se de ruínas. Podia, de fato, encontrar muita coisa interessante por lá, mas um restaurante, sem dúvidas, não era um deles. Tratou de arrumar uma pequena bolsa com mantimentos. Garrafas d'água suficiente para uma viagem e, com relação as suas armas, apenas tratou de conferir seu coldre, guardando oque estivesse desarrumado.

Fora terminar os preparativos pouco antes do meio dia, ingerindo pão antes de sair. Estava sem fome devido ao entusiasmo e, a partir dali, seguiu em direção ao portão de Konohagakure.

Spoiler:

Um pouco de sol era o que todos desejavam e, isto refletia em todo aquele sentimento repleto de luz que voltara a radiar por aquela vila. Quanto tempo havia passado desde o início daquele inverno? "Muito" - Pensara, com um curto sorriso no rosto. Um sorriso infantil, correspondente a cada passo que dava em seu caminho, desde as crianças, até o aceno que respondera, tudo para ela trazia uma espécie de calma.

Desta vez, estava adiantada, com relação aos seus colegas. Sua paciência fora logo recompensada com o primeiro a chegar. Um garoto de cabelos espetos e escuros e rosto pouco memorável. Ela sorrira para Iametrius, observando o dito cujo, posicionar-se ao seu lado, ereto e quieto. Por fim, com a chegada do restante do time e, inclusive, a do homem de olhos esbranquiçados, bastara a eles escutar uma novidade indiferente. Aparentemente, a missão havia mudado e uma nova rota deveria ser seguida e, de fato, parecia ter alguma urgência.

Era estranho ter que acompanhar, ainda que por poucos passos, na retaguarda. Mas ela o fazia, devido sua curiosidade assim que ouvira o nome de sua familiar, Harune. Aparentemente, a mudança fora motivada por ela e, o que de fato, chamara atenção da garota, seria o número de gennins para aquela missão. " Quatro? E, ainda, um Jounnin. Isso pode ser divertido. "  No mais, bastando a ela, manter-se ao lado de seus companheiros, até um comentário atípico. Aparentemente, embora sua aparência não fosse condizente, aquele garoto era engraçado.

- Gatinha ... ? - Comentou, retoricamente e, em seguida, olharia em volta, a procura dos animais. - Não vejo nada além de um garotinho nos acompanhando - Focou-se em Iametrius, repousando o braço direito no topo da cabeça do garoto, possivelmente, abaixando parte do penteado desgrenhado. Ela era mais alta, fisicamente, mais forte do que o Uchiha, decidindo aproveitar-se da proximidade e da situação, tratou também de forçar parte de seu corpo, no garoto, criando uma leve pressão a partir de seu braço, como se para diminui-lo.

Logo em seguida, afastando seu braço. - Mas pode deixar, se eu precisar de uma blusa, vou pegar com você, fofinho - Sorrira. - Aliás, meu nome é Haruka - Cumprimentou a ele e todo o restante da equipe.

Com o seguir da situação, pudera também ouvir as perguntas de todos, inclusive as de Iametrius - aparentemente ele era observador e perspicaz. Mas o que de fato, chamara sua atenção, era o estado da floresta nos arredores do vilarejo. Tomada por neve, não mais passava de um grande cemitério a céu aberto, fazendo-a mudar sua fisionomia facial - estava mais carregada, sombria. Ela sentia-se no dever de fazer algo com relação aquilo ao país do fogo. Mas não podia; não havia nada em suas capacidades que poderia causar uma mudança e, aquilo lhe deixava carregada por um sentimento ruim. Sentia-se extremamente inútil.

Caminho que seguia, estranhas sombras circulavam os arredores. O cemitério que formava-se na floresta estava carregado de corvos, que caçavam algum alimento. Ela permaneceria calada até aquele instante, quando percebera novamente Iametrius. Aquele garoto realmente conseguia anima-la.

- Não fique com medo, garotinho. Eu protegerei você - Zombou, sorridente, abraçando-lhe e puxando para perto.
- Contanto que não saia correndo por ai, como um gatinho assustado, eu serei seu escudo

Ela sentia alguma proximidade com o garoto, como se o reconhecesse como um irmão. De alguma forma, sentia-se confortável junto a ele, o que fazia-a pender sempre a estar ao seu lado. Passara cerca de três horas até a súbita mudança climática. O céu, que antes era preenchido por luz, aos poucos, apagava-se. Nuvens afastavam o sol e, junto a elas, surgiriam os primeiros flocos de neve. Em breve, aquela viagem ficaria cada vez mais difícil, ainda mais com a companhia daquilo que havia uivado. " Lobos? " - Pensara, suspirando. Talvez eles estivessem com fome, mas avançariam contra o grupo tão grande? Aquela resposta só seria respondida mais tarde. De qualquer forma, ela tratava sempre de acompanhar o grupo, e escutar cada uma de suas conversas. Queria enturmar-se.

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