“Me pergunto quando a verei novamente”.

Os dias se passaram e eu não pude deixar de pensar na Mahina. O silêncio vindo de cima me incomodava um pouco, visto a urgência da situação. Quando eles mandariam um grupo de busca? Irrevogavelmente, eu estaria entre eles. Eu e a Naomi.

Contudo, a espera estava me consumindo e, a cada hora que passava, diminuía a chance de sobrevivência da sensei. Ontem de manhã estive na biblioteca fuçando alguns documentos e achei algo que possa me possibilitar um contato com Garuda novamente. Tenho certeza que, caso ele apareça, irá me ajudar a trazê-la para casa. Arrumei minha mochila, peguei o pergaminho e fui a um local afastado. Era melhor se nenhum professor ou oficial soubesse disso. Realizei o procedimento e uma fumaça branca surgiu. Olhei ansiosa, tentando enxergar o que havia aparecido por trás.

— Que? Você não é Garuda. — A nuvem se dissipou e eu me deparei com um... — Peixe...? Isso é um peixe? — Uma criaturinha escamosa estava  na minha frente, inerte.

Pensei mil coisas. E se eu matei ele tirando da água? Mas um peixe? Por que diabos...? Ele não se mexe! Ah não, acho que eu fiz algo de errado.

Estreitei meus olhos e cheguei mais perto, analisando o bichinho. Observei mais e mais perto, queria saber se estava vivo. Subitamente, ele salta pra cima de mim, dando aquele "pulo de peixe". Eu tomei um susto tão grande que achei que minha alma saiu do corpo por dois segundos.

AAAAAAAAAH!!!!!

No meu gesto instintivo de me defender daquela coisa fria e pegajosa, estapeei ele e... Ele caiu duro, imóvel mais uma vez. Porém, quando bateu no chão, reproduziu um ruído de vidro contra o solo.

— Oh não. — Sim, eu congelei o peixe sem querer.** —Droga, droga, droga! — Me afastei rapidamente, me pondo de pé.

Desfiz a invocação como havia escrito no pergaminho. Esperei muito que ele tivesse voltado para alguma lagoa e descongelado lá mesmo. Esperei também que não tivesse matado o pobre bicho. Definitivamente não era algo que eu queria fazer sozinha de novo. Peguei minhas coisas e voltei para casa, tentando não pensar muito naquilo.



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