Mamaco 1 x Hazen 0

Meus olhos se abriram devagar com uma voz ao fundo e piorava a dor de cabeça com a claridade dali, antes mesmo de responder conseguia ver como em flashes a reprise:

- Aaah

O grito desesperado da queda, quem tinha colocado aquela maldita pedra ali? Um movimento premeditado para me fazer escorregar, maldito seja, então o barulho oco de bater a cabeça diretamente no lago congelado, meus movimentos cessaram e podia pensar que havia morrido, provavelmente a morte mais estúpida que konoha teria visto, isso se alguém não me encontrasse, depois de alguns minutos? Horas? Quanto tempo se passou nunca saberia dizer.

Vou me fazer de desentendido. - O q-.. O que houve? - Minha fala estava fraca demais para sair algum som, mal conseguia sentir os meus dedos, macaquinho filho da p#ta, aposto que está rindo disso agora. Infelizmente, não tinha forças para prolongar a minha raiva, todo o corpo doía e minha cabeça parecia querer explodir. O ponto do impacto eu podia jurar que alguma criatura estava tentando fugir do meu imaginário através daquela ferida, só assim para explicar a dor de algo rasgando minha cabeça.

A mulher pegava meu corpo mole nos braços, mostrando ser forte o suficiente para carregar um peso morto, todos sabemos que os molengas são os mais difíceis de carregar e então partia comigo no colo, feito um príncipe sendo carregado pela princesa, talvez ela fosse um anjo, se eu não estivesse grogue o bastante com certeza elogiaria, mas meus olhos se fechavam outra vez então breu.

O caminho me era vazio de memórias e acordava agora deitado em uma maca e via um ninja médico passando por mim, desta vez ao menos eu conseguia falar alguma coisa. - Ca.. Cadê.. - Aquele homem que já estava se para sair voltava ao ouvir minha voz parecendo me dar total atenção naqueles próximos segundos. - O mamaco? - Embolava sem intenção a última palavra, acreditando que havia dito com todo o ódio que tentava inflamar meu peito, mas que infelizmente era derrotado pelo frio do meu corpo com a hipotermia, que fazia a frase sair fraca e quase chorosa.

Mamaco 1 x Hazen 0

Lembrança da dor de queimar congelando estava aos poucos me deixando, mas a raiva por aquele bicho não, como ele tinha a audácia de me provocar uma queda, se eu soubesse dar um soco com certeza o socaria.

- Poupe esforços, você tem um baita inchaço aí na testa, chamarei a médica. - O homem parecia dar a mínima para as minhas palavras e saía tão seco quanto havia soltado sua frase.

- Por quê não usaram alguma técnica para me curar ainda? Que merda! - Bati os dois braços na cama usando o resto de força que tinha por pura imprudência e burrice, apenas para sentir dor novamente e soltar um grito fraco de dor. Inferno. Os minutos se passavam e nada de chegar alguém para resolver meu caso, até que escutava uma voz familiar ao fundo, uma mulher super preocupada com o seu pobre filhinho. - Eu não sou mais um bebê!!! - Respondi irado ao ouvi-la me chamando dessa forma, outra atitude estúpida minha, acabava de revelar a minha localização, aparentemente hoje era o dia de cometer erros, o grande problema em ser calculista, mas não frio, a impulsividade tomava conta as vezes. Mais rápido que um futon raiton rank S caindo do céu direto na minha cabeça, ou aquele macaco miserável se transformando em um pedaço tosco de madeira ( use a metáfora que preferir ), a mulher chegava em meus aposentos e logo o choro de uma mãe desesperada se transformava em um sermão sobre como eu devia me comportar melhor e blablabla.

Como sempre, não ouvi calado e minha retruca só rendia mais discussão, até que alguém finalmente vinha tirar ela do quarto, afinal estava incomodando um paciente.

- Nossos médicos estão todos ocupados, então eu cuidarei de você, ainda estou aprendendo.- Estava pronto para descobrir minha cabeça e xingar a incompetência de mandarem para alguém como eu, uma pessoa inexperiente, quando meus olhos encontravam a figura de uma garota possivelmente mais nova que eu. Todas as minhas forças morriam naquele momento, minha vontade de viver ia junto, receberia tratamento de uma criança, isso só podia ser brincadeira, se minha dor não fosse quase insuportável eu com certeza me levantaria e iria embora. Maldito seja você macaquinho, maldito seja. Praguejei em minha mente.

- Você quase perdeu seus dedos,como conseguiu isso?

Continuei em silêncio, puto, se minha afinidade fosse Katon tinha certeza que estaria soltando fogo pelos olhos. Ficava mais tempo ali do que eu desejava, uma internação longa demais que podia ser resolvida bem mais rápido se me apresentassem um médico de verdade, mas enfim acabava e eu podia finalmente me levantar e ir cobrar à aquele primata.